sábado, 21 de novembro de 2015

Vingança

Tem gente que é assim mesmo,
Não dá valor ao que tem.
Depois que perde ainda reclama como se tivesse razão.
Já tive vontade de matar muitos desses "alguéns".
Te agredir de qualquer forma que fosse te faria crer em sua utópica imensidão,
Mas aqui já não tem mais nenhuma criança,
E no fundo, eu sei que te esquecer foi a minha maior vingança

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Pra ter amor

Passo tanto tempo, tanto tempo
Nesse inverno eterno
Querendo um pouquinho de verão
Pro meu coração

Mas o tempo passa e congela meus singelos versos
Faz uma friaca no meu corpo, na minha emoção

Um dia acreditei que viria um abraço terno
Quebrar esse ciclo de má sorte, de confusão,
Foi quando percebi que não estava no caminho certo,

Pra ter amor,  tem que aprender a ser completo, 

Pra ter amor, tem que olhar pro lado certo


E o lado certo é o seu interior
Só quem se ama sustenta um novo amor.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Toda vez que te vejo

Há em mim uma guerra: coração e orgulho
Será que te falo o que sinto,
Será que me calo no escuro?
Se eu fugisse você viria atrás,
Ou seria um adeus, até nunca mais?

Vontade desde o primeiro olhar
De uma forma diferente das outras
Com você eu queria ficar, amar
Se o amor é uma via de duas mãos,
Como pude sentir e você não?

De qualquer forma a vida segue
Com o coração de certo modo apertado
E ao mesmo tempo leve
Seria brincadeira da vida?
"Isso é amar um idiota, querida"

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Epifania

     Meia noite, insônia. Deitei e forcei o sono para conseguir ir pra aula de manhã. Acordei com o despertador, ao desligá lo, percebi que não estava em casa. Caminhei poucos metros até algo que parecia um totem, onde havia um bilhete com poucas e confusas palavras: "enxergue a saída". 
     Amedrontada, caminhei rapidamente tentando observar algum escape, mas a cada passo mais neblina surgia. Nada se podia enxergar. A sensação era estranha. Percebi que não estava sozinha. Suaves brisas batiam, cada hora de uma direção, cada hora trazendo um sentimento. Minha cabeça começou a doer e repentinamente me vieram memórias atropeladas por memórias. Concomitantemente surgiram imagens irreais de futuros. Era um turbilhão de pensamentos e dúvidas. Eu esfregava os olhos e tentava enxergar a saída, mas nada podia ver, apenas os filmes passavam por minha mente e me perturbavam. Sentei e comecei a chorar. Chorar de dor, desespero, mas acima de tudo, de incertezas. Via ali mil possibilidades de escolhas, futuros. Gritei. Foi quando as imagens saíram da minha mente e solidificaram, a neblina se esvaiu. 
     Centenas de portas surgiram ao meu redor, cada uma transmitindo como em telas, um plano diferente da minha vida. Eu podia enxergar agora, porém, mais do que suportava. "Enxergue a saída", pensava. Fechei os olhos pra tentar apagar as visões por pelo menos um segundo e senti a tal presença que me acompanhava. Era interna. Algo em mim me dizia o que fazer e não me deixava sentir solidão. Era como uma voz que não usava palavras, mas sabia o que era certo. Caminhei pelo ambiente com os olhos fechados, a cada porta que se aproximava, sinestesia. Umas me deram frio cinza, outras excessivo calor em camurça. Segui assim por todas, até que a voz sinestésica me "dissesse" para entrar. Foi quando chegou a porta. Aquela porta. Ela era calorosa, porém delicada como seda e azul como alegria. Eu seguia com os olhos fechados, não podia ver o que se transmitia nesse futuro, mas sabia que era ela, a porta. 
     Acompanhada pela voz, pela ansiedade que esses sentimentos me causavam e pela taquicardia, mais pra arritmia, decidi que era a certa. Entrei. Senti que meu coração parou por alguns segundos, uma voz alta e clara ressoou: certas coisas não se enxergam com os olhos, minha menina. Um apito cortou todo o momento, abri os olhos, tinha acabado o tempo de soneca do despertador.