segunda-feira, 12 de abril de 2010

O mapa astral


Sempre que estou a fazer nada, vem aquela vontade de ler o horóscopo para ver se algo de interessante irá acontecer, já que no horizonte mais próximo nada me surge. Vou até meu site rotineiro de notícias e babaquices e abro-o. Leio. Desaponto-me. É sempre tão sem graça que até aumenta o desânimo. Então vou até a descrição de meu signo, que é sempre a mesma, mas é interessante. Áries, signo criativo, inquieto. Assim que essas palavras rebatem em minha cabeça, juro pra vocês, me vem uma inspiração inquietante, um dom artístico, e a primeira coisa que passar na minha frente vira alvo da minha obra de arte. Hoje, foi minha cadela, a Hani, que embora receba-me afoita na maioria das vezes, não mais quer contato, diria que um amedrontamento rola solto no ar. Não a culpo. Mas confesso que as unhas cor-de-rosa e os brincos de adesivo caíram-lhe muito bem.
Terminada a Hani retorna a monotonia. A novela não sai daquilo, as pessoas no meu Messenger me parecem desestimulantes e todos os petiscos da minha geladeira não servem, são insípidos. Tenho uma palavra para descrever o que sinto nesse momento: agonia. Eu preciso de algo pra fazer! Mas o que? O que? O queeeeeeee?
Pintei minha boca de verde e comecei a pular. Fiquei pulando por uns 10 minutos, daí cansei. Minha mãe ficou olhando com cara de espanto. Uma pessoa de quase 18 anos (faltam apenas 4 dias), com um pijama sujo de Nescau, a boca verde e o cabelo despenteado pulando pela casa não lhe pareceu algo normal. Mas não disse nada além de: “Você sairia na rua com esse batom?”
Ainda não respondi essa pergunta. Mas vou levar o batom na bolsa amanha, quando sair de casa...